O povo português habituou-se a comparar tudo aquilo que nunca mais acaba às obras de Santa Engrácia, devido a uma lenda que conta uma história de amor?
Diz-se que Simão Pires e Violante estavam enamorados. Ao saber deste amor, o pai da jovem obrigou-a a fazer-se freira. Mas este castigo não foi suficiente para separar os apaixonados, que continuaram a encontrar-se no convento de Santa Clara.
Certa vez, Simão pediu à sua amada que fugisse com ele no dia seguinte, mas, nesse mesmo dia, foi preso pelos homens do rei que o acusavam do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia, que ficava perto do convento.
Simão decidiu não revelar o motivo que o levava àquela zona, mas considerou-se inocente. Foi condenado à morte na fogueira junto à nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado.
Quando o fogo envolveu o corpo de Simão, este gritou que era tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem.
Mais tarde veio a descobrir-se quem era o ladrão das relíquias que pediu, inclusivamente, perdão a Violante, que lho concedeu.
Entretanto, as obras da igreja demoraram mesmo muitos muitos anos, tanto que o povo adotou esta forma de se referir a algo que demora muito tempo, como por exemplo: “Isso demora mais que as obras de Santa Engrácia”.